
A cor amarela consegue surtir um efeito bastante estranho em mim, não há forma de não me sentir um pequeno canário ridículo quando uso qualquer coisa desta cor. Mas pronto, acho que já foi previamente mencionada a minha tara por malas, por isso começo agora a “tropeço” nelas.
É verdade, estava uma noite num restaurante quando decido ir à casa de banho e não sabem o que me acontece: quando entro, tropeço numa mala amarela! Isto parece surreal, mas não é. Era uma clutch e, como já sabem, não gosto de malas pequenas (só para cocktails e casamentos). E ainda por cima era amarela... Por isso, caríssimas, podem calcular como fiquei assustada. Aparentemente não era de ninguém senão, a esta altura, já a dona teria entrado pela casa de banho feito louca à sua procura (reforço a palavra louca também pelo facto de usar uma clutch amarela no inverno...) e até agora ninguém ali entrara... Just me and the bag. Mas deixem-me dizer que aquela pequena era de muito, muito boa qualidade, excelente marca, qualquer uma que ficasse com ela faria uma boa escolha, mas para isso era preciso gostar de coisas pequenas e de amarelo... not me.
Enquanto apreciava a mala, oiço a porta da casa de banho abrir-se. Só tive então tempo de pôr a clutch dentro da minha mala (onde cabiam mais 10 daquelas) e sair da casa de banho. Cruzei-me ainda com uma rapariga que entrou mas estava aparentemente calma, e uma mulher nunca fica calma quando perde a sua mala, por isso não era sua.
Já era tarde, o restaurante estava a fechar e eu e o meu grupo decidimos ir para uma disco, para extravasar um pouco mais. Mostrei às minhas amigas a mala e estranhamente gostaram dela. Oh God, péssimo gosto! Just in case levei-a comigo, pois nunca se diz que não a uma mala, da mesma forma que reforço com o cliché “nunca se sabe o dia de amanhã”. Ironicamente, fomos parar à disco onde estraguei a red bag. A vida é assim: há dias em que se ganha, há dias em que se perde...
A dada altura, tirei a clutch da minha mala e fui para um local mais escondido, para poder vê-la mais pormenorizadamente... Não que tivesse muito para ver mas pronto. Definitivamente, não era o meu estilo... Voltei a guardá-la e fui para a pista de dança; dancei até já não aguentar mais with the girls.
Já no fim da noite - ou deverei antes dizer início da manhã - e dentro do carro, voltei a olhar para a mala e pegar nela. Onde é que eu estava com a cabeça para a ter trazido comigo?... “Efeitos secundários da poesia”, só pode mesmo ser, para trazer para casa uma “coisinha” daquelas. Mas não me podia esquecer que era de qualidade, sabia de facto “prender-me” a ela. Sempre ouvi dizer que qualidade não é quantidade mas, convenhamos, em certos aspectos é! Por isso, já irritada com o facto de uma mala tão amarela estar a “tentar” ter a minha atenção e de eu só conseguir pensar no quão ridícula iria ficar ao usá-la, deitei-a fora. Abri a janela e: ZZás! Deixei-a ir, podia ser que alguém a apanhasse e lhe desse mais valor do que eu, quem sabe, alguém que soubesse apreciar aquele tipo de malas.
Só passado uns dias é que me lembrei que nunca cheguei a abri-la para ver o que tinha dentro... tão curiosa para umas coisas e para outras... Nem parei para pensar que provavelmente o “conteúdo” é que me iria fazer gostar dela. Talvez isso a tornasse mais especial, mas mesmo assim, nunca ia conseguir desfilar-me com ela ao meu lado, até porque já andava há umas semanas de olho numa outra mala.
Desenganem-se os que acham que fiquei a pensar nela. Não fiquei... mas o mais giro foi que mesmo sem pensar nela, sem a procurar, uma semana depois encontrei uma rapariga altíssima com a yellow bag. Não combinavam minimamente, mas cada um tem os seus gostos e o que seria de nós se todos gostássemos do amarelo? Se calhar abriu-a e descobriu o segredo da tão famosa “caixa de Pandora”...
Miss Pearl
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